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Estima-se que, no mundo todo, existam cerca de 100 milhões de pessoas em situação de rua. Os motivos são diversos, mas a situação de vulnerabilidade é unânime: é difícil manter pertences pessoais, vencer a violência (muitas vezes gratuita), cuidar da higiene pessoal e se proteger do frio, entre outras dificuldades. Muitas vezes, até o contato com familiares ou amigos se torna impossível.
Ajudar nessa última questão é a proposta da ONG Miracle Messages (Mensagens Milagrosas, em português), entidade que procura parentes de moradores em situação de rua que perderam totalmente o contato com pessoas queridas. A ideia é gravar mensagens por meio da internet ou até mesmo intermediar um encontro emocionante, sempre que possível.
O grupo utiliza pistas da memória dessas pessoas para retomar o contato com seus familiares – muitas vezes perdido há décadas. Quem participa do programa ainda ganha ajuda psicológica e aulas de educação financeira. “É impressionante como essas reuniões que promovemos podem ser verdadeiras catalisadoras de mudanças”, diz Jessica Day, diretora da ONG.
O projeto nasceu com um trabalho artístico, que visava conscientizar a sociedade sobre a realidade daqueles que vivem em condição de rua. Para tanto, em 2014, alguns sem-teto ganharam GoPros, para que pudessem compartilhar como eram tratados e suas principais dificuldades no dia a dia. A conclusão do projeto? Essas pessoas estão expostas, diariamente, em espaços públicos, cercadas de pessoas, e ainda assim vivem uma vida extremamente solitária. Eis que surgiu um novo viés para a iniciativa: combater a solidão ao tentar reconectar os moradores em situação de rua com entes queridos.
Até o momento, já foram 45 mensagens entregues e 15 reencontros organizados pela ONG — sendo que 40% destes que se reencontraram com suas famílias se encontram hoje fora das ruas. A equipe da iniciativa, claro, comemora, mas quer mais: até 2021, eles planejam impactar pelo menos 1% dos moradores em situação de rua do mundo. Ousado, não? Para tanto, muitas parcerias estão sendo estudadas e fechadas. Já pensou trazer a iniciativa para terras brasileiras?