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Texto originalmente publicado na Agência Câmara
Em audiência pública, promovida pela Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural, especialistas assinalaram que um terço dos alimentos consumidos no dia a dia pelos brasileiros está contaminado por agrotóxicos. A análise foi feita pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) com base em amostras coletadas nos 26 Estados brasileiros em 2011.
O debate sobre o vínculo entre agrotóxicos e doenças graves foi realizado na Assembleia Legislativa do Mato Grosso do Sul e revelou ainda que os agrotóxicos usados na agricultura, no ambiente doméstico e em campanhas de saúde pública – como os inseticidas – estão associados a diversas doenças – como o câncer, o mal de Parkinson e a depressão.
O pesquisador da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) Luiz Claudio Meirelles, alertou para a ingestão contínua de quantidades pequenas de agrotóxicos no dia a dia. “75% dos alimentos têm resíduos de agrotóxicos. A cada vez que você coloca uma refeição na mesa, ela está ali com uma quantidade de resíduos enormes. Os estudos têm mostrado que chegam a 17 diferentes tipos de agrotóxicos para o qual a ciência sequer tem material para dizer como é que isso vai impactar a vida das pessoas.”
HERBICIDAS BANIDOS
Segundo o Inca (Instituto Nacional do Câncer), alguns herbicidas banidos do mercado internacional ainda têm livre trânsito no país. É o caso do glifosato, usado no plantio da soja geneticamente modificada. Esse agrotóxico, que foi associado ao surgimento de câncer pela OMS (Organização Mundial da Saúde), é o mais consumido no Brasil.
A pesquisadora do Inca Márcia Sarpa acredita que a Anvisa precisa reavaliar o teor nocivo de alguns agrotóxicos. Entre as medidas defendidas pelo instituto, ela cita proibir também no Brasil o uso de agrotóxicos que já são proibidos em outros países. “Se já são proibidos em outros países, porque jogar para a gente?”, questiona. O Inca também propõe o fim dos subsídios públicos aos venenos e a implantação também nos municípios das vigilâncias em saúde dos trabalhadores expostos e da população.
Durante o debate, o deputado Zeca afirmou que para enfraquecer o uso de herbicidas ilegais, a ideia é apresentar um projeto de lei na Câmara, “que determine que a propriedade em que for encontrado produto agrotóxico contrabandeado, com componentes que sejam proibidos no Brasil, seja passível de ser desapropriada para efeitos de reforma agrária.”
Para ser comercializado no Brasil, o agrotóxico deve passar pela análise da Anvisa, vinculada ao Ministério da Saúde, e também dos ministérios da Agricultura e do Meio Ambiente.
Foto: Take Back Your Health Conference 2015 Los Angeles/Creative Commons
2 Comments
lazarasimao
não quero mais comer veneno. o q fazer para tirar resíduos de veneno dos alimentos????
maria aparecida monteiro
não tem como fazer, lavar com hipoclorito, depois vinagre e depois bicarbonato de sódio, dizem que não adianta nada, agora comprar alimentos sem agrotóxicos, prá começar vc. não sabe de onde vem, e cobram os olhos da cara….é pelo jeito vamos morrer aos poucos….