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O desafio começou numa data emblemática: o Dia da Terra! Duas mulheres de Victoria, em British Columbia, disseram adeus a suas latas de lixo para sempre. Elas substituíram o objeto dentro de suas casas por frascos de vidro e oficialmente embarcaram na missão de produzir 1,5 litro de lixo no dia a dia (durante um ano inteiro!). Ousado, não?
E não pense que elas vivem uma vida diferente da sua! Tara Smith-Arnsdorf e Katelin Leblond Green são duas mulheres jovens, com filhos, casadas e com cães de estimação. Suas rotinas são absolutamente normais, o que torna o fato de terem conseguido cumprir o desafio de produzir pouquíssimo lixo ainda mais impressionante.
Foram pequenas mudanças que levaram as jovens a atingir a marca. Leblond lembra: “Eut inha todo um discurso obre respeitar o meio ambiente, mas, se esquecesse minhas sacolas reutilizáveis no carro, ficava com preguiça de voltar e, claro, colocava tudo em sacolas plásticas”, lembra. A moça até tinha vontade de fazer mudanças, mas sempre desistia por comodidade. “Nada era realmente significativo.”
A ideia do projeto veio após as duas mulheres, que são amigas, assistirem ao vídeo abaixo.
Nos últimos 12 meses, Tara e Katelin têm limitado com sucesso a quantidade de lixo produzido em suas casas. Os resíduos cabem em um único pote de vidro de 1,5 litro, que claro foi reutilizado. Tratava-se de uma embalagem de pimentões vermelhos.
Ao completarem 1 ano de desafio, elas explicaram o critério adotado: “Se, no final da vida de um objeto, ele tem que ser jogado fora e não pode ser reutilizado ou compostado, é desperdício. Um item embalado em papelão, por exemplo, pode ser compostado”.
Leblond começou sua missão se livrando de tudo o que não era necessário na casa e doando tudo o que não precisava para a caridade. Para conseguir atingir seu objetivo, ela teve que adotar alternativas reutilizáveis e/ou remover alguns itens de consumo do seu dia a dia. Os artigos da lista incluem elásticos de cabelo, baterias, mostarda e maquiagem, entre outros.
O processo as obrigou a enfrentar seu consumismo desenfreado. “Juntas, tínhamos seis colheres de madeira, quatro tábuas de corte, dois conjuntos completos de panelas e frigideiras. Muito mais do que precisamos.”
Tara e Katelin ressaltam a necessidade de usar o que você tem e de viver da maneira mais simples possível. Essa filosofia se reflete no nome do seu site, Pare Down (Aparar, em português), onde há a seguinte descrição.
“É simples: utilize os itens que você tem em sua casa. Substitua-os apenas quando estiverem quebrados ou não atenderem mais suas necessidades; com um pouco de criatividade outro item doméstico executa o dever facilmente. Há muitos produtos tentadores lá fora para comprar. Mas se comprar algo que você joga fora e não pode dar nenhum outro destino, como reutilizar ou reciclar, não vale!”
Elas também descobriram receitas simples para fazer muitos de seus próprios produtos domésticos, como produtos de limpeza, creme dental e desodorante.
Para elas, o mais difícil é contagiar as pessoas ao redor. A maioria não está disposta a mudar seu estilo de vida. Mas as moças também pretendem relaxar um pouco mais no próximo ano. Acreditam que foram muito radicais em alguns momentos e isso é complicado na hora de socializar com outras pessoas. “As crianças tornaram-se mini embaixadoras. Elas entendem tudo sobre plástico, por exemplo”, Katelin disse. “Minha filha, com apenas quatro anos de idade, é melhor do que o meu marido!”
“Como pais, queremos que nossos filhos aprendam sobre reciclagem, compostagem, espécies ameaçadas de extinção, conservação de energia e água. Mas o próximo passo é ensiná-los sobre como os nossos hábitos de consumo diários contribuem para o problema geral”.
Tara e Katelin ainda sonham em abrir um grande supermercado com foco no desperdício zero. Elas querem lançar petições, fazer apresentações em escolas, iniciar uma campanha para “proibir garrafas” em Victoria… Ideias não faltam! Sua jornada apenas começou e suspeitamos que vamos ouvir muito mais destas duas mulheres tão determinadas, que estão fazendo sua parte para mudar o mundo.