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De acordo com o The Global E-waste Monitor 2020, o Brasil é o quinto maior produtor de lixo eletrônico do mundo e o maior da América Latina, gerando cerca de 2,1 mil toneladas de resíduos eletrônicos por ano. Em contrapartida, apenas 3% desse total é reciclado.
Pensando no reuso consciente dos componentes eletrônicos e na redução do impacto ecológico, o Tech Girls, além de capacitar mulheres e transformar equipamentos que seriam descartados em ferramenta de trabalho, acaba de lançar sua primeira coleção de “bijouxtech”, acessórios que utilizam lixo eletrônico e outras sucatas encontradas em computadores como matéria-prima.
As peças são criadas pelas alunas do projeto, orientadas pela artista plástica e professora Simoni Uaska, que ministra aulas de arte em lixo eletrônico. Entre os principais itens usados como matéria-prima para as bijouxtechs estão os microprocessadores, placas de memória RAM e teclados.
Essa iniciativa visa aproximar ainda mais mulheres da área de tecnologia. O que seria descartado é transformado em diversos acessórios, como brincos e colares, compondo um look que, além de moderno, carrega uma importante mensagem ecológica.
“As bijouxtechs foram pensadas como uma parte estratégica do projeto. Além de ser uma porta de entrada para mulheres que querem entender mais sobre tecnologia, mas não sabem por onde começar, com as peças ressignificamos as sucatas doadas, fazendo com que o descarte seja praticamente nulo. Outro ponto importante é a geração de renda – afinal, os acessórios são exclusivos, representando a possibilidade de autonomia financeira para muitas mulheres”, comenta Gisele Lasserre, desenvolvedora de software e educadora digital que, em 2017, fundou o Tech Girls.
As peças criadas pelas alunas do Tech Girls estão disponíveis em e-commerce.