Share This Article
Na agricultura tradicional que conhecemos, o clima e a fertilidade do solo (entre muitos outros fatores) influenciam na escolha de que tipo de produto cultivar. Assim, para ter acesso a determinados produtos de que gostamos, muitas vezes, é preciso importá-los de longe – o que acaba gerando grandes perdas durante o transporte, seja pelo manuseio ou pela validade dos alimentos importados.
Segundo a 80 Acres Farms, startup baseada em Cincinnati, nos Estados Unidos, 60% de toda produção agrícola do país é perdida e não chega aos pratos dos americanos – seja por conta do transporte, validade curta do produto ou até mesmo desperdício doméstico. O valor nutricional também é impactado: as vitaminas perdem de 15% a 77% de sua concentração passada uma semana da colheita.
Fundada em 2015 para resolver a questão, a empresa apenas transporta para até 160 quilômetros de distância. Em 2022, ela fechou um grande contrato com uma rede varejista e se tornou responsável pelo abastecimento de mais de 300 supermercados próximos. A ideia é espalhar suas fazendas para conseguir atender às demandas do país inteiro.
Atualmente são 8 fazendas, que utilizam 97% menos água que uma fazenda tradicional e são abastecidas 100% por energia renovável. Além disso, as produções não são geneticamente alteradas e não precisam de pesticidas – e eles utilizam automação, robótica e aprendizado de máquina para monitorar cada estágio de crescimento. “Uma fazenda apenas não faz muita diferença”, acredita Mike Zelkind, cofundador da empresa. A estratégia é expansão e para isso conseguiram aporte de US$ 160 milhões.
O processo completo, da colheita até o mercado, pode levar no máximo 48 horas para não perder os nutrientes. “Quanto mais cedo chegar às casas dos consumidores, mais saborosos serão e mais tempo durarão, evitando assim o desperdício”, explica Zelkind.