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Música, bebida, amigos… Considerado um dos maiores festivais do mundo, o Rock In Rio é sempre esperado com muita ansiedade pelos fãs do estilo musical. Nem todo mundo, no entanto, se diverte na Cidade do Rock.
Durante a edição de 2015 do festival, que aconteceu em setembro, fiscais do MTE (Ministério do Trabalho e Emprego) encontraram 17 trabalhadores que estavam prestando serviço no local em situação análoga à escravidão.
Trazidos de outros Estados, com a promessa de emprego garantido no famoso festival de rock, os trabalhadores passaram dias sendo escravizados pela empresa Batata no Cone, que vendia batatas fritas na multidão durante os shows.
Os “funcionários” eram obrigados a trabalhar das 14h às 00h30, tiveram seus documentos de identidade retidos e só recebiam remuneração do empregador se vendessem a mercadoria. O combinado eram R$ 2 por produto. Achou um absurdo? Tem mais: se voltassem com mercadoria, os “trabalhadores” eram obrigados a pagar do próprio bolso por elas, para que a empresa não ficasse no prejuízo.
Em depoimento, os homens resgatados contaram que “ficaram alojados em uma favela vizinha ao Rock in Rio. Alguns dormiam no chão, sem condições sanitárias e asseio. Foi cobrado de cada um R$ 200 por semana pela ‘estadia'”, contou à Agência Brasil Márcia Miranda. Ela é coordenadora do projeto Trabalho Escravo Urbano no Rio de Janeiro e acompanhou a operação.
Segundo ela, um dos trabalhadores ganhou cerca de R$ 1 mil durante o festival, mas por conta dos gastos com passagem de ônibus, alojamento, alimentação, água potável e atestado de saúde ocupacional saiu devendo R$ 1.580 aos empregadores. Revoltante, não?
A Batata no Cone não se pronunciou oficialmente sobre o assunto, nem a Rock World, que é a empresa organizadora do Rock In Rio. Segundo o MTE, as duas companhias serão autuadas por conta do ocorrido. Nós achamos é pouco. Ficou BEM feio para elas!
Foto: Rock in Rio/Creative Commons
2 Comments
Nasser Derzi Bou Khezam (Ivaiporã - PR)
Tem que abrir uma CPI para investigar essas irregularidades no Rock In Rio!!!.
Cristina Rebouças
Trabalho escravo é revoltante, degradante, e devemos combater esse câncer social com todas as forças. Denúncia, divulgação ampla e penalidades legais em cima desses empresários exploradores!