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Após anos trabalhando em busca de ascensão social, o jornalista e radialista Edilson Cazeloto chegou ao ápice da carreira profissional. Foi professor do Programa de Pós-graduação em Comunicação da Universidade Paulista e da Faculdade Cásper Líbero. Graduado em Comunicação Social, mestre e doutor em Comunicação e Semiótica pela PUC-SP. Pós-doutorado pela UFRJ. Foi nesse momento que ele resolveu utilizar a autonomia profissional que conquistou para tomar a decisão de colocar em prática um plano: usar o dinheiro para sair do sistema econômico e seguir por um novo caminho.
Ele mudou da metrópole para o campo, engrossando a massa do movimento chamado Novos Rurais: pessoas de classe média, com formação universitária, que estão retornando às suas raízes agrícolas. Sua história nos inspira a refletir que poucos bens valem a pena quando nós os precificamos em tempo de vida e como a maioria de nós parece estar “perdendo a vida para ganhar a vida”.
Em sua nova jornada, construiu sua própria casa na Ecovila Clareando, em Piracaia, a 90 km de São Paulo. Depois fundou o Sítio Pau d’Água, vizinho à ecovila, onde atualmente desenvolve trabalhos de permacultura a agroecologia. São 3 alqueires de terra, com duas nascentes e mais de 3 mil árvores reflorestadas.
“A sustentabilidade passa pelas pessoas aprenderem a construir suas próprias casas”, afirma Cazeloto, que passou a se dedicar à bioconstrução. Entre outras técnicas, ele aposta no pau a pique (taipa de mão ou taipa de sopapo), que consiste no entrelaçamento de madeiras verticais fixadas e horizontais, geralmente bambus, que são preenchidas com barro amassado misturado com palha seca. As paredes de cob, que são quase tão resistentes quanto o concreto e costumam ser feitas somente de barro argiloso adicionado de um pouco de palha e água, também são uma alternativa popular. Na ecovila onde Cazeloto mora, há inclusive uma obra em experimentação, em que um dos reboques foi feito com tapioca.
Embora use técnicas antigas, a bioconstrução é apontada por especialistas em sustentabilidade como a “arquitetura do futuro“. Além da não agressão ao meio ambiente, uma das suas grandes vantagens é o conforto térmico. Nos dias de calor, o interior fica sempre fresco. E nos dias frios, fica quentinho, evitando o uso de ar condicionado ou aquecedores.
Assista ao Ted Talk em que o professor conta mais sobre sua trajetória.