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Produtores começam a intensificar o uso da tecnologia no mercado de alimentos orgânicos no Brasil, tanto no lado da produção quanto no consumo. É o que mostra o 1º Fórum Orgânicos em Ação – Empreendedorismo e Mercado, promovido pela SNA (Sociedade Nacional de Agricultura).
Sylvia Wachsner, coordenadora do Centro de Inteligência em Orgânicos da SNA, reconheceu que a tecnologia está entrando ainda de forma tímida nesse mercado, mas a tendência é que haja expansão, seguindo o que ocorre em todo o mundo. Ela disse que, há poucos anos, começaram a surgir lojas de compras online. Entre os produtores nacionais, Sylvia citou o Sítio do Moinho, de Petrópolis, município da região serrana fluminense.
Durante o evento, foi apresentado também o projeto Clube Orgânico, que permite que consumidores associados comprem cestas de alimentos via internet, o que garante a produção dos agricultores. “É um clube de compradores de produtos orgânicos, que fazem suas compras diretamente dos produtores. Eles adiantam aos produtores dinheiro para que estes produzam cestas de alimentos semanais ou mensais.” Sylvia disse que, por meio desse clube, o produtor tem, além da garantia do mercado, uma garantia de receita que entra para ele poder produzir. “Tudo graças à internet, à tecnologia”, ressaltou.
Angela Thompson, diretora do Sítio do Moinho, prepara para o próximo mês a entrada em funcionamento da nova plataforma de comércio eletrônico (e-commerce) da empresa, que começou no mercado de orgânicos em 1989. Angela destacou que os produtores têm que se adaptar às novas tecnologias. “Tem que ter um e-commerce eficiente”. A plataforma estará disponível tanto para tablets quanto para smartphones.
Embora priorize o contato pessoal com o cliente, Angela Thompson disse que sentiu necessidade de adaptar o seu empreendimento às novas tecnologias no processo de produção. “Tem fibra óptica, banda larga, irrigação por gotejamento, câmaras frigoríficas para armazenamento visando a levar a qualidade do produto ao consumidor”. Segundo Angela, a conservação do produto é importante para manter a clientela.
Os produtores começam também a utilizar a tecnologia comum ao agronegócio na produção de alimentos orgânicos. “Na própria produção de orgânicos, a tecnologia deve melhorar a produtividade e a qualidade, para ter produtos mais sofisticados, com menos açúcar ou sal, por exemplo, e para atender a novos mercados”, disse Sylvia Wachsner. “Isso não está tão avançado ainda, mas vai significar, possivelmente, mudanças no processo, como maquinários adaptados à produção, mesmo para os pequenos produtores”, acrescentou.
Texto originalmente publicado na Agência Brasil
Foto: ilovebutter/Creative Commons