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Prisões superlotadas, celas apertadas, condições insalubres… É fato que a forma como o sistema prisional brasileiro atua atualmente não oferece aos seus detentos um ambiente propício à recuperação e reintegração social. E nem à sua saúde física e mental!
Enquanto mudanças estruturais não são feitas, pipocam iniciativas que tentam oferecer a esses homens e mulheres que estão privados de sua liberdade ferramentas que ajudem a manter – ou, muitas vezes, recuperar – sua saúde física, mental e espiritual.
Entre elas, a prática de yoga! Depois de ser adotada em prisões do Ceará, a ideia chega a São Paulo, no Centro de Detenção Provisória Pinheiros II, na zona oeste da capital paulista, onde mais de 1,5 mil homens estão presos.
As aulas têm duração de uma hora e são oferecidas quinzenalmente aos detentos interessados, que aprendem técnicas de controle de respiração e posturas para conexão e domínio do corpo e da mente. Tudo ensinado pelo indiano Sanjay Kumar, do Centro Cultural da Índia, uma iniciativa do Consulado Indiano no Brasil. O professor deixou seu país com a missão de levar a yoga para dentro de presídios e, ainda aprendendo o português, conta com a ajuda de um intérprete durante as aulas.
A iniciativa só trouxe bons frutos para o CDP! Segundo a diretoria e os próprios presos, os casos de comportamento violento diminuíram significativamente, a saúde dos detentos melhorou – desde questões mais simples, como dificuldades de ir ao banheiro, até casos de dor crônica, como hérnia de disco – e o número de presos interessados em fazer as aulas também cresceu ao assistirem ao progresso dos companheiros de cela. No médio prazo, espera-se ainda que a prática também ajude a reduzir o índice de reincidência criminal dos presos após cumprirem pena.
Com o sucesso do projeto-piloto, agora se entendem possibilidades de ampliar a iniciativa para outros presídios de São Paulo. Razões para implementá-la é que não faltam, né?
Foto: Edu Garcia