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Trabalhar no sistema prisional em troca de redução de pena é uma prática comum no Brasil. No Presídio de Itajubá, em Minas Gerais, no entanto, há um diferencial: todas as frentes de trabalho possuem cunho social – assim, além de ocupar o tempo e aprender novos ofícios, os detentos têm a oportunidade de desenvolver sua empatia.
Entre outras atividades, os presos revitalizam brinquedos de praças e escolas públicas, cozinham para o restaurante popular da cidade e (a iniciativa mais queridinha de todas!) transformam bikes apreendidas em cadeiras de rodas para adultos e crianças em situação de vulnerabilidade, que não podem pagar pelo produto.
A atividade é feita em parceria com a Helibras, fabricante de helicópteros cuja sede fica em Itajubá. A companhia doou uma máquina de solda profissional para o presídio, além de enviar periodicamente os aros, o estofamento e o material de pintura necessários para garantir que as bicicletas virem cadeiras de rodas.
As bikes vêm do próprio sistema prisional: os detentos utilizam as magrelas detidas pela guarda municipal – na mairoia dos casos, apreendidas porque são fruto de roubo ou porque são usadas pelos traficantes de drogas da região. Em vez de ficarem estocadas no pátio da delegacia, elas ganham um destino muito mais nobre nas mãos dos detentos responsáveis pela atividade.
Já foram centenas de magrelas transformadas em cadeiras de rodas para aqueles que precisam. Mais do que produzi-las, os presos são responsáveis por entregá-las pessoalmente aos beneficiados, a fim de potencializar o sentimento de empatia pela comunidade em que vivem. Uma bela iniciativa, não?
Foto: Omar Freire/Agência Minas Gerais
2 Comments
Célia
Parabéns ! um belo exemplo a ser seguido !
Marcio Costa
seria uma boa se em todos os estados fossem assim afinal todo ano ficam innumeras bicicletas nos pátios enferrujando e tomando chuva