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É sabido e indiscutível que todos os seres vivos dependem de um meio ambiente ecologicamente equilibrado para sua existência e convivência pacífica. Entretanto, em dadas situações, em que o meio ambiente está em risco, muitos deixam a missão de protegê-lo, preservá-lo e/ou lutar por ele, exclusivamente, a cargo dos ambientalistas (ecoterroristas, ativistas, ecochatos, aqualoucos, biodesagradáveis, entre outras denominações que recebem os “guardiões da existência da vida na Terra”). Por que a nobre missão fica sob a responsabilidade de uma parcela dos habitantes, os tais ambientalistas? Parcela que 99,99% da população não vê com “com bons olhos” na maioria das situações. É injusto e irracional o julgamento feito àqueles que se dedicam, muitas vezes de forma voluntária, para cuidar de um patrimônio natural, de uso coletivo e transgeracional.
Se o conhecimento sobre o ambiente em que se vive, suas características geográficas, suas potencialidades e suas belezas fossem compartilhados com todo e qualquer cidadão botucatuense, por exemplo – independentemente de sua idade, escolaridade, posição socioeconômica -, poderia ser o primeiro passo para desfazer o pré-julgamento das ações dos ambientalistas? Será que a missão de proteção e de luta também não seria dividida?
A EA (Educação Ambiental) deve ser uma estratégia valiosa de planejamento e administração pública. Os estudos e mapeamentos de ocupação, expansão e mobilidade urbana associados aos estudos de promoção de saúde coletiva e ambiental poderão ser pontos cruciais para as decisões estratégicas e orçamentárias do município. No entanto, a EA deverá ser compartilhada e esclarecida para todos e de forma permanente. Problemas como lixo, desmatamento, assoreamento de córregos, inundações, enchentes, incêndios, uso irresponsável de água potável e doenças (como a dengue) só poderão ser solucionados quando discutidos e planejados com a participação da população. Os programas públicos para proteção e vigilância em saúde ambiental só serão eficazes quando esclarecidos para todos os cidadãos.
No mundo corporativo, a EA não está ligada ao marketing, certificações e selos verdes. É um instrumento para ecoeficácia e ecoeficiência. Os interesses corporativos são essenciais para garantia de preservação do meio ambiente. A sustentabilidade é a aliança entre os negócios e a comunidade do entorno, que dependem de ecossistemas equilibrados, sadios e produtivos.
O ensinar e o olhar “ambiental” não resolverão os complexos problemas do meio ambiente, mas poderão influenciar decididamente na qualidade de vida das cidades. Para isso, devemos informar e formar cidadãos conscientes de suas responsabilidades com o meio ambiente das regiões em que vivem. Semanalmente, compartilharei aqui no The Greenest Post conhecimentos e vivências sobre os olhares geográficos urbanos e sobre como colaborar para uma cidade inclusiva, participativa e sustentável. Fiquem de olho!