Share This Article
Quando notícias relacionadas à população em situação de rua ganham a mídia, é bastante comum vermos as pessoas usarem – de forma incorreta! – o termo MENDIGO para comentar o assunto e se referir a alguém que está em condição de calçada.
A gente sabe que muita gente não faz por mal. É apenas falta de informação! Por isso, viemos explicar por que não é bacana usar esse termo para falar das pessoas em situação de rua.
A palavra mendigo vem do latim (mendicus) e sua base (mendum) significa “defeito físico”. Foi um termo usado lá trás para se referir – também com preconceito – às primeiras pessoas em situação de rua, que chegaram a essa condição por serem mutilados de guerra ou terem alguma deficiência física de nascença. Sem oportunidades de emprego, essas pessoas se viam obrigadas a ir às ruas para pedir por itens de necessidade básica para sobreviver.
Só na cidade de São Paulo, segundo o último censo – que está bastante defasado! – são 32 mil pessoas em situação de rua. Nenhuma delas tem “defeito físico”. Muitas também não são “pedintes”: trabalham, lutando por oportunidades que as ajudem a sair da condição em que se encontram.
Usar a palavra MENDIGO, por tanto, não é correto, nem legal, porque reforça uma série de pré-conceitos que já existem a respeito dessa população.
O termo correto é PESSOA EM SITUAÇÃO DE RUA. Dessa forma, reforçamos o que ela é, um SER HUMANO, e ainda deixamos claro que a condição que ela está enfrentando na calçada é temporária.
A rua não define ninguém! Assim como qualquer situação – boa ou ruim – que você já passou na sua vida também não te define.
É só um jeito de falar, mas mudá-lo ajuda a afastar preconceitos e até a garantir mais oportunidades para as pessoas saírem da situação de rua. É sobre respeito, cuidado, amor, reintegração socioeconômica… Bora adotar o termo certo e espalhar a informação?
Texto em parceria com a mobilização social Entrega por SP
Foto: Reprodução/Entrega por SP/Vitor de Aguiar