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Quando o assunto são insetos que causam repulsa ou nojo, as baratas estão sempre em pauta, certo? Não para o pesquisador Vitor Dias Tarli, que tem verdadeira adoração por elas. Formado pela Faculdade de Biologia do Centro Universitário Filadélfia, em Londrina, no Paraná, Vitor sempre quis ter uma barata como animal de estimação — “só” faltava a permissão dos pais. O menino então cresceu e decidiu estudar o bicho, descobrindo que existem mais de cinco mil espécies de barata conhecidas no mundo.
Atualmente, com 29 anos, Vitor é um dos raros especialistas brasileiros em baratas e está fazendo doutorado em que estuda a relação do inseto com as mudanças climáticas. As pesquisas estão sendo feitas no Museu Nacional de História Natural, em Paris – não por acaso, lugar que possui uma das maiores coleções de baratas do mundo. Em suas andanças Brasil afora para coletar informações para seus estudos, Vitor inclusive já descobriu cinco novas espécies de barata na Mata Atlântica.
De acordo com ele, baratas silvestres têm um papel relevante como polinizadoras e, portanto, são consideradas indicadoras de qualidade nas florestas, servindo como parâmetro para estudos climáticos. Isso porque quanto maior a diversidade de insetos em uma mata, maior é sua qualidade ambiental. Ou seja, ambientes com poucas baratas estão mais suscetíveis a impactos das mudanças climáticas e apresentam mais danos em seu ecossistema.
A pesquisa de Vitor utiliza métodos considerados inovadores pelos pesquisadores e será publicada na revista científica Zootaxa. Que honra, não Brasil?!
Foto: National University Of Singapure/Facebook