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Não é novidade que a exploração dos recursos naturais da Amazônia brasileira ocorre de forma desregrada e totalmente desproporcional à sua capacidade de recuperação. Mas, neste caso, o que é ruim pode ficar ainda pior: uma nova proposta pode trazer consigo impactos sociais e ambientais devastadores caso não seja gerenciado com muita cautela.
O alvo
A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) está testando, perto de Brasília, diferentes métodos de cultivo de palmeiras para aumentar seu rendimento. Este e outros projetos estão atualmente em desenvolvimento porque o Brasil planeja se tornar uma potência mundial no lucrativo comércio de óleo de palma.
“Queremos competir com a Indonésia e a Malásia” diz Jorge Antonini, chefe da pesquisa de óleo de palma da Embrapa, referindo-se aos dois maiores produtores do mercado mundial. Juntas, Indonésia e Malásia representam mais de 80% da produção global.
O Brasil tem grande potencial de crescimento neste setor, sabendo-se que quase metade da área total do país é adequada para o cultivo de palmeiras, de acordo com pesquisadores, correspondendo ao país número 1 do mundo em termos de terrenos adequados.
As consequências
Essa empreitada oferece benefícios iminentes para a economia rural do Brasil. Entretanto, a maior parte da terra adequada à plantação de palmeiras localiza-se na região amazônica florestada e rica em vida selvagem, no norte do país. Ativistas e observadores temem que estes planos para o setor de óleo de palma provoquem aumento massivo de danos à região: grilagem, conflitos por terra, desmatamento.
Esses temores são reforçados pela atual incerteza no cenário político brasileiro, onde a ex-presidenta Dilma Rousseff sofreu processo de impeachment e o atual presidente Michel Temer responde à processos por corrupção. Em meio a esta turbulência, o World Wide Fund For Nature (WWF) informa que uma nova legislação poderia reverter as proteções existentes sobre a floresta amazônica.
Queremos saber sua opinião: as leis de proteção serão suficientes para conservar nosso patrimônio natural? Ou o governo entregará o que resta da Amazônia a esta vertiginosa cobiça?
Foto: Agropalma