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A OMS, Organização Mundial da Saúde, lançou nova versão do relatório Situação da Água Potável no Mundo, que traz uma excelente notícia: nos últimos 20 anos, mais 2 bilhões de pessoas passaram a ter acesso à água potável no planeta.
Segundo a publicação, 74% da população mundial teve acesso ao manejo seguro de água potável em 2020, contra 62% no ano 2000. O dado foi celebrado pelo órgão da ONU, que também fez questão de lembrar os 26% de pessoas – cerca de um quarto da população mundial! – que ainda precisam de acesso ao recurso.
O Objetivo de Desenvolvimento Sustentável número 6 da ONU prevê água limpa e saneamento para todos até o ano de 2030 e, segundo o relatório, “não estamos nem perto de oferecer isso a esse um quarto da população“.
Entre outros desafios, a publicação cita as mudanças climáticas, que aumentam a frequência e intensidade de secas e inundações e, consequentemente, comprometem a segurança hídrica, e o aumento da pobreza, que faz com que cada vez mais pessoas migrem para assentamentos informais e favelas, sem estruturas adequadas para fornecimento de água de qualidade.
“São questões urgentes, que ameaçam o progresso que já fizemos no setor e põem em risco futuros avanços. O relatório nos mostra que, para alcançarmos nosso ODS 6 em 2030 precisamos de investimentos financeiros quatro vezes maiores do que os atuais. E mais do que isso: precisamos de investimentos institucionais, o que significa melhorar nossas instituições que atuam com a causa, nossas legislações e nossas políticas públicas”, disse Catarina de Albuquerque, do Unicef, o Fundo das Nações Unidas para a Infância, que também participou do estudo com a OMS.
O relatório citou alguns exemplos de iniciativas que trouxeram grandes avanços no acesso à água potável e que, por isso, devem ser consideradas referências para o mundo. Entre elas, uma ação brasileira, o Programa Reflorestar.
Implementado na Região Metropolitana da Grande Vitória, no Espírito Santo, com o apoio do Banco Mundial, o projeto está restaurando o ciclo hidrológico da região – que contempla 7 municípios e abriga quase metade da população do Estado –, por meio de ações de conservação e recuperação de cobertura vegetal e de uso sustentável dos solos, lideradas pelos próprios produtores rurais locais, que são remunerados por isso. É o chamado PSA, Pagamento por Serviços Ambientais.
Outras 23 iniciativas de todo o mundo também foram citadas no relatório. Entre elas, ações implementadas em Portugal, Austrália, Índia, México e em países da África. Confira o documento na íntegra aqui!