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Sabão, glicerina, biodiesel… O óleo de cozinha usado possui diversas finalidades. No Rio de Janeiro, ele está sendo usado até mesmo para proporcionar sessões de cinema para a criançada do Complexo da Maré, na zona norte.
É que, desde 2013, um morador da região, Bhega Silva, percebeu a quantidade de óleo usado que era jogado no lixo por moradores e estabelecimentos comerciais da Maré – entupindo os encanamentos e poluindo o meio ambiente – e decidiu coletar o resíduo para vendê-lo.
A refinaria local paga R$ 0,80 por litro de óleo usado ao morador, que não acha justo embolsar o dinheiro sozinho. Já que o resíduo coletado é doado por toda a população, Bhega decidiu usar o montante para investir em uma iniciativa que beneficiasse toda a comunidade. Assim nasceu o projeto Cinema do Beco, que oferece sessões de cinema gratuitas às crianças da Maré.
Toda semana tem pipoca, refrigerante e um filme de temática socioambiental – como ‘Tainá’ e ‘Rio’ – sendo exibido em algum canto da comunidade, por meio de equipamentos comprados com o dinheiro da venda do óleo usado. As sessões de cinema são anunciadas pelo próprio Bhega, que percorre toda a Maré de bike com um alto-falante, fazendo a alegria da criançada.
Foi o jeito que o carioca encontrou de promover a cultura e a consciência ambiental no lugar onde mora – e, de quebra, resolver o problema do descarte incorreto de óleo usado. Foi ou não foi uma excelente ideia?
Foto: Divulgação/Cinema do Beco
