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“Eu durmo perto do Theatro e sempre vejo as pessoas entrando lá. Jamais pensei que chegaria a minha vez!”. A frase é de Gabriel, morador em situação de rua que participa do projeto Uma Só Voz, um coral formado apenas por homens e mulheres sem-teto que vivem nas calçadas do Rio de Janeiro.
Sob o comando do regente Ricardo Vasconcelos, a iniciativa visa empoderar essas pessoas a partir da arte, tirando-as da invisibilidade. Afinal, quem é capaz de negar olhos e ouvidos a um belo coral?
A iniciativa é inspirada no trabalho da ONG britânica Streetwise Opera, que nasceu em 2012, na época das Olimpíadas de Londres, com a intenção de que moradores em situação de rua da cidade se apresentassem no circuito cultural do evento. A missão foi cumprida, o projeto cresceu e, cinco anos depois, coleciona bons resultados: 97% dos sem-teto que participam da iniciativa dizem estar com melhor saúde mental, 84% afirmam ter aumentado sua vontade de olhar para o futuro e 80% se sentem mais motivados a realizar outras atividades, como buscar emprego.
No Brasil, comandada pela ONG People’s Palace Projects, a iniciativa nasceu em 2016, durante as Olimpíadas do Rio de Janeiro, e em um ano de história já se apresentou em diversos cartões-postais da capital fluminense – como o Cristo Redentor e o Theatro Municipal.
A missão de empoderar as pessoas que vivem na rua tem sido cumprida: por enquanto, cerca de 20% dos participantes do coral saíram das ruas, depois de entrar para o projeto, e já estão empregados em outros trabalhos. E mais: 30% afirmam ter motivação para ficar longe de drogas lícitas e ilícitas. Alguém ainda duvida do poder da arte?
O projeto está com financiamento coletivo aberto para conseguir verba suficiente para continuar expandindo suas atividades e assim ajudar cada vez mais pessoas que moram na rua – no Rio de Janeiro e em outras partes do Brasil. Assista abaixo ao vídeo da campanha. Tem cada depoimento de fazer entrar ciscos nos olhos!
Foto: Agência Visível