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As recentes ações tomadas pela equipe de Trump sobre questões de clima e energia são os primeiros passos rumo à guerra contra o conhecimento? Ou são simplesmente o que você esperaria de uma nova administração com ponto de vista diferente?
Vamos examinar o que temos.
Logo após Donald Trump ser declarado como o 45º presidente dos Estados Unidos, uma gama de informações no site da Casa Branca relacionadas às mudanças climáticas foi transferida para o arquivo do ex-presidente Obama.
As únicas referências ao aquecimento global no novo site da Casa Branca são promessas de eliminar “políticas prejudiciais e desnecessárias, como o Plano de Ação sobre o Clima”. Este plano é uma estratégia de Obama para reduzir as emissões de carbono, assunto com o qual Trump parece não se importar.
Ao mesmo tempo, o novo presidente já assinou ordens para execução de dois polêmicos oleodutos: Keystone XL e Dakota Access – ambos barrados por Obama devido aos impactos ambientais.

(Foto: Instagram)
O breve artigo da Casa Branca passou a indicar as prioridades da nova administração: a Agência de Proteção Ambiental (em inglês, EPA) deve focar em sua “missão essencial de proteger nosso ar e água”.
Enquanto a administração descobre como alcançar este re-foco, funcionários da EPA receberam ordens para cancelar todas as divulgações, e ficarem quietos sobre tal. Isto significa que não serão emitidos comunicados externos de imprensa e não serão permitidos posts em mídias sociais. Não ficou clara a duração deste veto.

(Foto: NPS)
Encarando a proibição
Desafiando o veto imposto pelo presidente, o Parque Nacional de Badlands postou tweets sobre a importância da ciência climática, tratando de assuntos como CO2 na atmosfera, acidificação dos oceanos, entre outros. Pouco tempo depois, os posts foram banidos da página. Seguem abaixo.

(Reprodução: Twitter)

(Reprodução: Twitter)

(Reprodução: Twitter)
Trump no Twitter
O presidente dos Estados Unidos já havia usado o Twitter inúmeras vezes para divulgar suas idéias contra o aquecimento global.

(Reprodução: Twitter)

Repercussão na Internet
A mordaça de Trump às agencias causou vasta repercussão na Internet. Muitas pessoas passaram a usar a tag #climatefacts para mostrar ao presidente fatos científicos que comprovam a realidade das mudanças climáticas.

(Reprodução: Twitter)

(Reprodução: Twitter)
Mesmo assim, relatórios de agências de notícias indicam que este retrocesso não irá cessar, e que páginas sobre informações climáticas hospedadas pela EPA serão encerradas definitivamente.
“Se o website desaparecer, anos de trabalho e estudos sobre mudanças climáticas desaparecerão”, disse um membro anônimo da EPA, de acordo com relatórios.
Então, são todas estas evidências de uma mentalidade malévola, determinada a destruir toda esta conversa de aquecimento global?
Definitivamente sim, de acordo com Alden Meyer, um ativista veterano sobre clima junto à Union of Concerned Scientists.
“Presidente Trump e seu time estão seguindo o que chamo de estratégia ‘control-alt-delete’: controlar os cientistas das agências federais, alterar as políticas baseadas em ciência para adaptá-las à sua ideologia restrita, e deletar informações científicas dos sites do governo”, disse Meyer à BBC News.
Não, de acordo com o porta-voz da Casa Branca, Sean Spicer.
“Não acho nenhuma surpresa que, durante uma virada de administração, nós vamos rever a política”, ele disse.
Entretanto, o desaparecimento dos tweets do Parque Nacional de Badlands sobre informações climáticas básicas traz preocupações de que a equipe de Trump não está somente atrás de leis retrógradas, mas também está tomando uma posição ideológica contra o que eles possam ver como “propaganda enganosa”.
2 Comments
Hélio
Acho que o autor do post deveria conhecer o Luiz Carlos Molion.
Conservar a Natureza é obrigação mas, sem esses exageros, desvarios e mentiras, que tentam tornar ilegítima e criminosa a existência e o direito dos humanos em habitar e usufruir do Planeta.
denise hamze issa
Parabens pela reportagem, muito triste, muito mesmo….