O brasileiro que criou sozinho uma ecobarreira para despoluir rio que passa ao lado da sua casa

01 mar 2018
Garrafas PET, latinhas, bolas de futebol, embalagens de produtos de limpeza, bonecas e até um capacete e um fogão… Resíduos que ainda estariam boiando e poluindo as águas do rio Atuba, na cidade de Colombo, no Paraná, se não fosse a boa vontade de um único cidadão local, que trabalha vendendo frutas nos semáforos do município.
Diego Saldanha nasceu na região, nadou e pescou um monte no rio Atuba e já não aguentava mais ver a situação de suas águas piorar dia a dia. A população reclamava da poluição no local, mas nada fazia a respeito – tão pouco o poder público.
Eis que Saldanha, pensando no futuro de seus dois filhos e querendo ser exemplo para os meninos, decidiu arregaçar as mangas e fazer, ele próprio, algo pelo rio: sozinho, construiu uma ecobarreira com galões de água usados e pedaços de rede de proteção, que foi instalada num local estratégico do rio. A invenção parece simples, mas tem toda uma inteligência por trás que faz com que ela acompanhe o nível da água e seja ainda mais eficiente.
Desde sua implementação, em janeiro de 2017, Saldanha estima que já tenha retirado do rio uma tonelada e meia de resíduos. A porção de recicláveis é encaminhada ao colégio dos filhos para ser vendida e gerar renda à instituição – graças à iniciativa, eles já arrecadaram quase R$ 1 mil. Já os objetos mais peculiares que retira das águas ficam expostos em uma espécie de museu que montou para conscientizar a população e os visitantes. Lá, entre outros “resíduos”, estão um tanque, o motor de uma máquina de lavar roupas, uma cadeirinha infantil para carros, um aquecedor elétrico e bonecas – que a mãe de Saldanha caprichosamente reforma e põe à venda no brechó que tem na cidade.
A ideia deu tão certo que o moço vira e mexe é convidado para palestrar em colégios. Saldanha tem tanto orgulho da ecobarreira que desenvolveu que, inclusive, criou uma página no Facebook para disseminar a iniciativa e ajudar pessoas interessadas a replicá-la em outras cidades do país. Ah, se todos os seres humanos fossem Saldanhas…
Foto: Divulgação
Você também pode gostar...
O homem que largou seu emprego no Google para criar ONG que já limpou mais de 90 rios na Índia Posted in Inspiração
Reino Unido proíbe uso de partículas plásticas esfoliantes em cosméticos e produtos de higiene Posted in Lixo
Governo investiu R$ 8,8 bi para limpar o rio Tietê. Então por que ele continua sujo? Posted in Ambiente
Ranking aponta as 10 empresas mais responsáveis pela poluição plástica nos oceanos Posted in Lixo

Débora Spitzcovsky
Cofundadora do The Greenest Post, Débora Spitzcovsky é especialista em Sustentabilidade, com foco em Comunicação, Voluntariado e Desenvolvimento Local
Qual é a pagina do cara?
Está linkado no post, Alvaro!
Abs!
Que bela iniciativa. Parabéns.