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Em alguns países do mundo, ainda é muito comum acontecer casamentos entre homens adultos e meninas de até sete anos de idade. Além de roubar a infância dessas meninas, a prática é um abuso sexual e psicológico e uma forma de manter as mulheres longe da escola e da sociedade.
Theresa Kachindamoto, conhecida autoridade de governo de Malawi, na África, luta para dar um basta na situação. Segundo pesquisa feita pela ONU, mais da metade das mulheres do país casam com menos de 18 anos de idade e uma entre cada cinco meninas nascidas na região é vítima de abuso sexual.
Influenciadora de mais de 900 mil pessoas, ela não tem medo de enfrentar os homens de Malawi e usar sua autoridade para resgatar garotas de casamentos abusivos. Nos últimos três anos, Theresa anulou mais de 850 casamentos, enviou centenas de suas resgatadas para a escola, muitas vezes com o dinheiro do próprio bolso, e aboliu a prática de rituais de “purificação” que iniciavam crianças de sete anos na vida sexual — um absurdo!
Nascida e criada em Dedza, Thereza atuou como secretária durante 27 anos em outro distrito, até ser chamada para se tornar governante na sua cidade natal. Ela não conseguia olhar com naturalidade para as pré-adolescentes de 12 anos com bebês para cuidar, fruto de casamentos abusivos.
No ano passado, Malawi aumentou a idade legal do casamento para 18 anos. Mas a luta não está ganha! Há oposição por todos os lados: desde funcionários públicos, que teimam em regularizar casamentos infantis, até pais de família, que precisam do dinheiro do casamento de suas filhas para conseguir sustentar o resto da família e autorizam o matrimônio antes dos 18 anos.
Mesmo com ameaças de morte, Thereza permanece firme com seus ideais, para salvar as meninas (e lhes proporcionar um futuro digno). Afinal, a construção do amanhã requer muita luta hoje. “Se elas receberem educação, poderão ser e ter o que quiserem”, acredita Thereza.
Foto: ONWomen
1 Comment
jorge goto
Não há o que se dizer, a não ser que é o que deveria ser o óbvio. Que bom que Malawi tem pelo menos uma pessoa sensata…