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Uma das áreas mais cinzas e barulhentas da capital paulista, o Elevado Costa e Silva (ou Minhocão, para os íntimos) está prestes a virar referência ambiental. Como? Não, nós não estamos falando do Plano Diretor que prevê o fim dos carros no viaduto. Mas se trata de uma medida tão boa quanto: a prefeitura de São Paulo planeja implantar jardins verticais nos prédios construídos no entorno do Minhocão.
A princípio, planeja-se que, aproximadamente, 20 edifícios da região ganhem paredes verdes em suas empenas cegas – nome dado àqueles paredões dos prédios que não possuem janelas, onde eram colocados anúncios publicitários, antes da Lei Cidade Limpa ser aprovada na cidade de São Paulo, em 2007.
O projeto deve custar, aproximadamente, R$ 9 milhões, que serão pagos pela Secretaria do Verde, de acordo com o Decreto n° 55.994. A medida estabelece que empresas que atuam em São Paulo impactando o meio ambiente podem fazer compensação ambiental de suas ações por meio da implementação de jardins verticais na cidade.
E olha que espaço para isso não falta… Levantamento feito pelo paisagista Guil Blanche, criador do Movimento 90º, apontou que a cidade de São Paulo possui, pelo menos, 500 empenas cegas aptas a receber paredes verdes – que, entre outros benefícios, garantem redução da poluição, isolamento acústico e diminuição da temperatura nas regiões onde são instaladas. Quantas será que não existem Brasil afora?
O próprio Minhocão já possui um jardim vertical, construído em um prédio residencial no largo Padre Péricles. Ele foi o primeiro do Brasil a ser construído em uma empena cega, mas em breve deixará de ser filho único. A prefeitura ainda não divulgou quando planeja implantar as novas paredes verdes, mas já abriu chamamento público para que os cerca de 140 edifícios da região possam se inscrever para participar do projeto, caso tenham interesse. Quem mais aí está ansioso?
Já pensou se pega essa moda de esverdear as empenas cegas do Brasil?
Foto: Divulgação