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Desde 2014, a dignidade menstrual é reconhecida pela ONU como um direito humano, mas oito anos depois esse direito ainda está longe de ser realidade na vida de milhares de meninas e mulheres. Aqui no Brasil, 713 mil não têm acesso a um banheiro ou chuveiro quando estão menstruadas e 4 milhões não têm acesso a itens de cuidados menstruais básicos, segundo relatório da Unicef.
Atuar com a população em situação de rua em sua cidade, em Curitiba, no Paraná, fez a jovem Rafaella de Bona Gonçalves, de 25 anos, acompanhar essa triste realidade da pobreza menstrual ainda mais de perto e despertou nela a vontade de usar sua formação em Design de Serviços para contribuir para a transformação desse cenário.
Sob a orientação da professora e pesquisadora Gheysa Prado, Rafaella desenvolveu um absorvente biodegradável feito a partir de fibras de bananeira, celulose, bambu e espuma de soja – todos insumos que sobram da agroindústria – e com design que o permite ser usado tanto como absorvente externo quanto interno.
A ideia é tornar o item de higiene mais acessível à população, uma vez que é feito a partir de materiais de baixo ou nenhum custo, além de contribuir para a diminuição da geração de lixo no planeta.
E por falar em acessibilidade, Rafaella gosta de frisar que o absorvente biodegradável que desenvolveu – batizado de Eu. Faço Parte – foi pensado não só para mulheres, mas também para homens trans.
Por seu grande potencial de ajudar a combater a pobreza menstrual, a inovação já foi reconhecida em alguns prêmios internacionais. Entre eles, o Young Inventors Prize, prêmio europeu que reconhece inventores de até 30 anos que estão contribuindo para o atingimento dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU por meio de seus trabalhos. Rafaella e o “Eu. Faço Parte” levaram o segundo lugar na iniciativa, que contou com a indicação de milhares de jovens.
Agora a jovem paranaense trabalha para criar sua própria empresa de Design, focada em desenvolver apenas produtos que, de alguma forma, ajudem a resolver problemas ambientais e sociais. O primeiro produto ela já tem – e é um sucesso!
