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Uma recente pesquisa encomendada pela Abraceel, a Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia, e realizada pelo Ibope, mostrou que 92% dos brasileiros querem gerar a própria energia, seja por meio de um painel fotovoltaico ou a partir de outras tecnologias renováveis. Em 2014, esse percentual era de 77%.
O desejo pela geração própria vem dos altos preços cobrados pela energia elétrica no país, sendo que de cada dez entrevistados oito responderam que consideram o valor caro ou muito caro.
Segundo Reginaldo Medeiros, presidente da Abraceel, a pesquisa mostrou que o brasileiro está cansado do modelo atual de energia e sabe que paga caro na conta de luz. “O brasileiro quer uma energia mais barata e limpa”, resume ele, acrescentando que a pesquisa indica também uma preocupação crescente com a conscientização ambiental.
Desde 2012, ano em que a Aneel, a Agência Nacional de Energia Elétrica, regulamentou o segmento de Geração Distribuída (GD), o número de brasileiros que passaram a gerar a sua própria eletricidade por meio de placas de energia solar não parou mais de crescer. O movimento ganhou ainda mais força nos últimos anos, devido aos fortes aumentos na conta de luz.
Outros fatores que puxam esse crescimento são a queda dos preços da tecnologia e a oferta de linhas de financiamento de energia solar, que possibilitam a instalação dos projetos a quem não possui disponível o capital para investimento inicial na tecnologia.
Os sistemas fotovoltaicos podem gerar toda a energia consumida em uma casa ou empresa utilizando apenas a luz do sol, o que resulta em uma economia de até 95% na conta de luz todos os meses, além de um rápido retorno do investimento na tecnologia em qualquer região do país.
De acordo com os dados de GD da Aneel, o Brasil já registra mais de 1,5 milhão de instalações de painéis solares, sendo quase 80% deles em projetos de energia solar residencial. Juntos, eles somam mais de 11 gigawatts de capacidade instalada.
Com as fortes secas afetando os reservatórios das hidrelétricas no Brasil, como a histórica crise hídrica ocorrida em 2021, o cenário é favorável para o crescimento da energia solar distribuída no Brasil.
Até 2031, a estimativa oficial é de que a capacidade instalada mais que triplique e chegue a aproximadamente 37,2 GW, segundo o Plano Decenal de Expansão de Energia, produzido pelo Ministério de Minas e Energia e pela Empresa de Pesquisa Energética.