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“A revolução não será com armas! Será com papel, caneta e a favela toda graduada!” A frase decora uma das paredes da Escola Comunitária Luiza Mahin, localizada no bairro do Uruguai, em Salvador, na Bahia.
Fundado em 2003, o espaço foi 100% construído por mulheres negras da comunidade, a fim de combater uma realidade que enxergavam todos os dias nas ruas do bairro: a falta de vagas em creches e escolas públicas para as crianças de 0 a 5 anos da região.
Desde que abriu suas portas, a escola segue a base curricular regular de Educação Infantil, mas fez questão de acrescentar uma competência: a educação antirracista, com o objetivo de empoderar e trabalhar representatividade com as crianças, já quando começam a aprender as primeiras palavras.
A ideia surgiu de uma necessidade que as próprias fundadoras sentiam em sua época de escola, já que questões raciais não eram abordadas em sala de aula, o que as fez aprender e valorizar a cultura negra de forma tardia e por conta própria.
Para fazer diferente, na Escola Comunitária Luiza Mahin, a proposta pedagógica trabalha questões raciais e também de gênero, começando pelo próprio nome da instituição, que homenageia uma mulher negra que foi extremamente importante na luta de resistência à escravidão em Salvador.
Atualmente, a escola conta com cerca de 400 alunos, que aos 6 anos de idade são encaminhados para escolas da rede pública da região, muito mais conscientes de suas origens, de sua identidade e de seus potenciais, e já sabendo ler e escrever.
Por sua metodologia inovadora, a instituição, inclusive, faz parte da rede mundial de Escolas Transformadoras, da Ashoka, que reconhece boas práticas em todo o mundo para uma educação humana e de qualidade para crianças e jovens.
Quem aí morre de orgulho de ser brasileiro nessas horas?