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Estima-se que uma mulher utiliza aproximadamente 10 mil absorventes de plástico durante sua vida fértil e aproximadamente 150 kg de lixo são gerados como consequência, que levará de 100 a 500 anos para se decompor. Se considerarmos um preço médio de R$ 0,60 por absorvente, a mulher precisa investir cerca de R$ 6.000,00 durante sua vida com higiene pessoal.
Mas para muito além da economia financeira e da questão relacionada ao lixo, os absorvente descartáveis (internos e externos) representam risco para a saúde feminina. Alergias e infecções vaginais são alguns dos sintomas mais comuns e imediatos causados pelos materiais sintéticos e pela redução do fluxo de ar no local. Mas não para por aí, a concentração de bisfenol A é quatro vezes maior no absorvente feminino que em uma sacola de supermercado plástica, por exemplo.
Para quem não está completamente a par dos danos causados pelo bisfenol A, também conhecido como BPA, pode causar alteração dos hormônios da tireoide, liberação de insulina pelo pâncreas, proliferação das células de gordura e está diretamente associado ao câncer (entre outros efeitos). Alguns produtos, como mamadeiras de bebê, já são proibidos em muitos países de conter a substância – mas pesquisas recentes apontam que seu substituto pode fazer tão mal quanto o BPA.
Quando olhamos o cenário para os absorventes internos não orgânicos, também não é positivo. É verdade que contém menos plástico e, consequentemente, menos BPA, mas foi comprovado que existe concentração razoável de agrotóxicos, como o glifosato, comumente utilizados na plantação de algodão. Segundo a Organização Mundial da Saúde, a substância também está associada ao câncer.
Por isso, apesar da simplicidade de utilizar uma opção descartável, precisamos repensar urgentemente nas consequências que essas opções significam para nossa saúde a longo prazo! Eu iniciei essa jornada há muito tempo e descobri os coletores menstruais! São incríveis pois, além de durar anos (literalmente), são superconfortáveis – em um grau que eu até esqueço que estou naqueles dias!
Outro recurso que uso de vez em quando são os absorventes de pano, feitos de algodão orgânico. Eles são utilizados quando o período chega de surpresa e eu ainda não consegui ferver o coletor menstrual entre um ciclo e outro. Ambas as opções são fáceis de higienizar e cabem na minha rotina corrida de trabalhar fora de casa, cuidar da casa e do filho e ainda escrever e gerenciar o The Greenest Post!
Existe ainda a opção de calcinhas absorventes (que eu ainda não tive a oportunidade de testar), mas já anunciamos o lançamento de uma marca que lançou no Brasil, em outubro de 2017 e está aí firme e forte ajudando mulheres a ressignificar sua higiene pessoal.
E foi exatamente isso que essas opções fizeram comigo. Além de poluir menos, gastar menos e ser mais saudável, elas tornaram o meu ciclo menstrual muito mais natural para mim, sem tanta irritação e desconforto que eu sentia quando adolescente, quando usava as opções descartáveis. É muito poderoso conseguir fazer as pazes com o seu corpo e sua natureza.
Leia também um relato da Vivi Noda, idealizadora do projeto PorQueNão?
Foto: Intimina/Creative Commons
1 Comment
Tais
Já uso o coletor a algum tempo e agora adquiri a calcinha absorvente…estou amando as duas opções