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Depois dos dois graves acidentes envolvendo rompimentos de barragens nas cidades mineiras de Brumadinho e Mariana em áreas de mineração – administradas, respectivamente, pelas empresas Vale e Samarco Mineração –, o Brasil terá um órgão que será responsável por fiscalizar as atividades dessa indústria.
Batizada de Instituto Global Independente para Gestão de Rejeitos, a iniciativa foi implementada sob liderança do Pnuma Brasil, o Programa da ONU para o Meio Ambiente no Brasil, com o objetivo de garantir que os sítios da indústria de mineração estejam dentro das normas de sustentabilidade e segurança exigidas pelo GISTM, o Padrão Global da Indústria para a Gestão de Rejeitos.
Para tanto, o órgão contará com um comitê técnico responsável por realizar, periodicamente, auditorias independentes em todas as empresas públicas e privadas do país que atuam na área da mineração. O grupo será responsável também por conceder certificações a essas companhias, quando dentro das normas.
Além de garantir a sustentabilidade e segurança das regiões onde esses sítios de mineração estão inseridos, prevenindo que novos acidentes como os de Brumadinho e Mariana aconteçam, a iniciativa também servirá como guia para que potenciais investidores nacionais e internacionais possam aplicar recursos, de forma mais segura e responsável, no setor – motivo pelo qual o novo órgão independente também tem apoio da Bolsa de Valores de Londres.
A cerimônia de lançamento do Instituto Global Independente para Gestão de Rejeitos aconteceu durante uma cúpula internacional de investidores, não por acaso, no dia em que a barragem de Brumadinho rompeu-se, exatos 4 anos depois da tragédia. O acidente resultou em 270 mortes e um grande passivo ambiental para a região.
Foto: © Unsplash/Zbynek Burival/Reprodução/ONU News