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Matemática, Português, Geografia e… Educação Ambiental! Em breve, o assunto pode virar disciplina obrigatória em todas as escolas de Ensino Fundamental e Médio do Brasil. Pelo menos, é o que prevê o PLS 221/2015, de autoria do senador Cássio Cunha Lima.
Atualmente, o assunto passa longe de ser bem abordado nas salas de aula do país. Segundo a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, o único compromisso das escolas é tratar o tema, ocasionalmente, dentro das disciplinas obrigatórias – o que, para o autor da nova medida, não é suficiente.
“Tratar a educação ambiental como tema transversal, como é hoje, inviabiliza uma prática contínua, permanente e com conteúdo próprio. Assuntos como reciclagem, sustentabilidade, medidas de reúso de água e ecologia devem ser tratados com a devida importância”, disse Lima à Agência Senado. Vai torcer para a ideia sair do papel?
ATUALIZAÇÃO: Desde 2019, o PLS – proposto em 2015 – está parado “em análise” na Comissão de Educação, Cultura e Esporte. Se aprovado, ele ainda precisa ir a plenário (e, posteriormente, passar por sanção presidencial) para, de fato, virar Lei.
Foto: imprensalaurodecom/Creative Commons
21 Comments
Fátima Cavalcante
Muito genial, com certeza precisamos nos unir para que isso venha ser uma Realidade, já conversei até com professores, para elaborar um abaixo assinado para levar ao Plenário, para que a Educação Ambiental vire Disciplina obrigatória nas escolas Públicas e Privadas, sou estudante de Engenharia Ambiental, e sei o quão é necessário esta Medida.
Estela
Parabéns, é isso que falta!
Jéssica Marques
E toda nossa luta de manter a EA transversal, para todos, reforma do sistema educacional vai para o lixo com uma proposta reformista e reducionista. Você leu o texto que está em votação no senado? O Senador Cássio Cunha quer nos limitar em uma EA que fala sobre reciclagem de lixo e plantio de mudas, quer mudar a lei 9795/1999 que fundamenta muito bem o que deve ser a EA no território brasileiro, EA humana, EA que trata conflitos humanos, EA crítica que entende que não há problema ambiental dissociado do modelo capitalista de desenvolvimento. Sou deste campo, acabei de voltar do XV Encontro Paranaense de Educação Ambiental onde discutimos essa proposta do senador, e essa proposta nada mais é do que retrocesso e reforço da crise civilizatória. Estamos nos organizando, as maiores entidades que atuam e carregam a EA no Brasil, para entrar com pedido para barrar essa pauta. Analisem o projeto, e se atentem a proposta de inclusão no 5º artigo da Lei 9795/1999 o texto: ” o estímulo a ações individuais e coletivas, que promovam o uso sustentável dos recursos naturais, com vistas à adoção de práticas de reutilização, reciclagem, reuso de produtos e matérias-primas e ao consumo consciente” – esse é o maior boicote, ser sustentável não tem relação com esse artigo. Leiam:
http://www.senado.gov.br/atividade/materia/detalhes.asp?p_cod_mate=120737
Luciana
Concordo com você Jéssica, a EA é transversal em sua essencia…não adianta querer reduzi-la à disciplinarização da educação …ela não cabe. A questão é que os professores, a escola e o sistema precisariam de reformar profundas, o que seria um investimento muito maior e seria trabalhoso para a política, embora extremamente realizador e gratificante a nós educadores ambientais e imensamente produtivo à toda a sociedade….
Felipe
EA transversal não funciona.
Hugo
Sou professor de Educação Ambiental da Universidade Federal de Campina Grande e pesquisador do Grupo de esudos e pesquisas em EA da Paraíba e rechaçamos essa medida de cunho eleitoreiro e de adestramento ambiental. Jessica você faz uma análise perfeita da proposta.
Matheus
Nossa,concordo plenamente pois essas crianças são o nosso futuro e a nossa esperança.
Leonan Bernardini
Bom, em tese ela já é obrigatória, mas o texto da lei 9795/99, que é muito bonito e até utópico, é também extremamente acadêmico, filosófico e de difícil aplicação.
Num universo de professores mal formados, poucos são os que conseguem interpretá-la e aplicá-la. O mesmo serve para as escolas e para cursos superiores.
A regra e fazer educação ambiental com jardins, hortas e outras atividades limitadas pelo conhecimento do professor ou pelas instalações e recursos precários da escola.
Com relação a transversalidade e interdisciplinaridade… bom, se até nas universidades isso é difícil, imaginem nas nossas escolas. Alguém sabe dizer quantas universidades, faculdades e similares conseguem aplicar os artigos 10 e 11 da lei atual? Ou melhor, quantas tiveram o interesse ou tentaram aplicá-lo?
Assim, não vejo a proposta como uma mudança significativa da visão sistêmica da lei 9795/99, apenas torna a educação ambiental um pouco mais mais pragmática. E na situação atual do planeta, isso não é ruim, muito pelo contrário.
Se conseguir ensinar e fazer que a população aplique as práticas de reutilização, reciclagem, reúso e consumo consciente, que o inciso propõe, já será um grande avanço, pois a visão sistêmica, transversal e interdisciplinar, não conseguiu.
Roberto Nunes
Aparenta ser uma boa proposta, porém a Educação Ambiental não deveria ser uma disciplina obrigatória, sendo estudada em todas as matérias. E é isso que a faz ser interdisciplinar, pois pode e deve ser envolvida em todas as matérias.
O20nivel
A Educação Ambiental deve começar na mente dos industriários onde os poluentes são produzidos, como as pilhas, baterias, plásticos, embalagens, e nos laboratórios de pesquisa, compreendendo a necessidade de desenvolvimento de materiais biodegradáveis. O ser humano não é poluidor. Deixe na gôndola dos mercados o mesmo produto, pelo mesmo preço de varejo, mas numa embalagem biodegradável. Você? Qual escolheria? A resposta é óbvia e por consequência eu digo: – você é educado, mas o sistema quer culpa-lo, transferindo a responsabilidade por produzir produtos tóxicos e poluentes, para você e seus filhos e sua família, como se todos estes poluentes fossem produzidos em sua casa.
Eliana Furtado
Pois é… aqui em Belo Horizonte, já dizia em 1985 o Decreto 5893: Art. 122 – Será obrigatória a inclusão de conteúdos de “Educação Ambiental”, de maneira multidisciplinar, nas escolas municipais mantidas pela Prefeitura Municipal de Belo Horizonte, nos níveis de primeiro e segundo graus, conforme programa a ser elaborado pela Secretaria Municipal de Educação. E até hoje nada foi feito!
Madeleyne
Concordo que devíamos fazer abaixo assinado!
eu amaria trabalhar como educadora ambiental!
as crianças precisam estar cientes de quanto é importante cuidar do meio ambiente!
Maurício Gimenes
Tem que ensinar as crianças que o correto é jogar o lixo no sexto de lixo ou trazer pra casa. Os adultos não tem mais concerto, aqui em piracicaba todos jogas papel e lixo na rua.
Fernando Yplá
MUITO BEM!!!
HÁ DECADAS SOU DEFENSOR DE QUE A EDUCAÇÃO AMBIENTAL DEIXE DE SER UMA MATÉRIA TRANSVERSAL E SE TRANSFORME DE FATO EM MATÉRIA LETIVA PARA TODOS OS NÍVEIS DO ENSINO NO BRASIL.
MUITO FELIZ PELA EXCELENTE NOTICIA.
Fernando Yplá
Ambientalista Conservacionista,
Gestor & Educador Ambiental.
Eliane
Na verdade, eu ainda não consigo entender porque demoraram tanto a criar essa lei.! O planeta clama por providências e cabe as novas gerações salvar o nosso lindo e maravilhoso planeta. E as crianças são nossa melhor arma. Vale apena investir.
edson roberto borrére
Notícia promissora. Nesse sentido, concluindo minha pós-graduação de Gestão Ambiental, em fins de 2014, deixei enfatizado que é necessário estar desde o ensino fundamental tal disciplina, pois o futuro nos assombra. Veja o parágrafo a respeito: “Em conclusão, cabe à sociedade como um todo, homem, governo, organizações não governamentais, consórcios municipais, conscientizarem-se para o que está por vir. Sem ações minimizadoras dos estragos que vêm sendo feitos no planeta, e especialmente de nossa mata ciliar que é o ponto central desse trabalho, chegar-se-á à estagnação do ecossistema, morte da biota do solo.
Sem educação precoce, inclusive com disciplina específica já no curso do ensino fundamental que trate da questão ambiental, de nada valerá, depois, gastar milhões e talvez bilhões, para tentar recuperar um pouco do que foi jogado pelo ralo.”
Andreina Lígia
Esta proposta é antiga e é mais política do que acadêmica, pois desconsidera o esforço de décadas dos educadores ambientais para quebrar o isolamento das disciplinas.
É fácil para um político que quer aparecer e não está envolvido com a Educação fazer propostas demagógicas e retrógradas que prometem num passe de mágica resolver o problema.
Da mesma forma é fácil criticar a interdisciplinaridade da EA por alguém que não faz nada para mudar suas próprias atitudes e o mundo.
O fato de uma Lei não ser aplicada não justifica sua inviabilidade. Assim ocorre com os homicídios, os estupros, o salário mínimo, etc, etc.
Ou seja, criar mais uma disciplina não pode ser uma decisão política, mas sim acadêmica e do sistema de educação, o qual deve decidir se mantem e aprofunda a separação entre as disciplinas e vai na contra-mão da discussão socioambiental do mundo inteiro; ou estimula formas de interdisciplinaridades, capacitação de professores, reformulação dos conhecimentos e superação da compartimentalização do saber.
Dificilmente esta lei será aprovada, pois não passa na Comissão de Educação do Senado, ou da Câmara ou pelo MEC, e muito menos pelo crivo das comunidades escolares que estão envolvidas com a Educação Ambiental.
Aluísio Marques da Silva
Parabéns senador pela iniciativa, apoio totalmente a iniciativa. Sou professor e a muito tempo luto em defesa do ambiente limpo e equilibrado. Venho fazendo minha parte para contribuir com isso junto aos meus alunos.
Jaime Batista Ramos
Caminhadas da vida
Aos amigos mato adentro! Companheiros de caminhadas!!!AVENIDA GENTIL BICALHO João Monlevade em sua totalidade!!!
O verso da folha limpa “rascunho”
O vou rasante de um helicóptero!
A brisa do vento no calor!
O sol que aquece no frio!
O andar elegante de uma mulher!
O verde de uma floresta!
O brotar das águas!
O sorriso de uma criança!
A simplicidade de um matuto!
O sorriso dos amigos após uma piada!
Torcer pelo Cruzeiro ver alegria do atleticano!
A forma simples de ver o mundo a sua volta!
Faça parte vida com ações, atitude e arte!
Preserve o ambiente consciente!
Preservar o meio
Ambiente é preservar a qualidade e a vida hoje e sempre!!!
Autor: Jaime Batista Ramos João Monlevade sustentabilidade plena
Luciano
Sou professor de Educação Ambiental no Instituto Federal do Rio Grande de Sul. Não concordo com a proposta do Senador e sigo o que a maioria dos educadores socioambientais latino-americanos defendem: EA não pode ser mais uma disciplina, fechada em si; nem deve se resumir a uma “ferramenta” para a resolução de problemas ou de gestão do meio ambiente. As análises da Jéssica e da Andreina foram perfeitas.