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Todo ano que começa é aquela mesma história: fazemos resoluções para nós mesmos. Juntar mais dinheiro, perder uns quilinhos, trocar de carro, tirar aquele projeto do papel? A minha resolução deste ano é reduzir meu consumo e diminuir os itens da minha casa.
Para muitos, o desapego e uma vida minimalista não é novidade e sim um estilo de vida contínuo. Eu mesma já fui bem mais contida que atualmente estou. Conseguia me perguntar (e ser sincera) comigo mesma: “será que realmente preciso desse novo item”? No ano de 2018, entretanto, passamos por algumas mudanças em casa: reforma do apartamento, criança que já está começando a entender o que quer e o que não quer – sofrendo com as “tentações” de prazer instantâneo que o consumo proporciona – e uma família louca para mimá-la!
Parte de mim, ainda minimalista, conseguiu desapegar de muitas coisas. Sem contar as doações e repasses para a família, foram aproximadamente 200 vendas em sites de desapego (OLX, Mercado Livre, Enjoei e etc), se considerarmos o ano inteiro. Os itens são dos mais variados tamanhos e naturezas. Aqui em casa, a venda dos itens usados é um grande incentivo para me “livrar” de coisas pouco aproveitadas e ainda em perfeitas condições. Além de ajudar com as contas fixas da família, é possível liberar espaço e garantir que o item será aproveitado por alguém que realmente precisa.
Os americanos têm uma tradição muito bacana de realizar um dia de vendas no quintal. Espalham placas pela cidade e convidam vizinhos a participar do exercício de “declutter” – ou, em português, se livrar de itens desnecessários. Eu sempre me peguei pensando como seria possível replicar algo parecido em São Paulo. Encontrei algumas feiras coletivas de troca de desapego e cheguei a participar de algumas – mas, para ser sincera, não funcionou comigo.
Em 2018, as aquisições do ano superaram, de certa forma, todos os desapegos. Além de apartamento novo (que resultou em alguns itens novos para casa), foi um ano com muitos presentes e mimos de pessoas queridas, principalmente para Gael, meu filho com recém completados quatro anos de idade. Apesar de boas intenções, o hábito tem resultado em uma casa cheia e uma sensação nada agradável de acúmulo.
Sentamos, então, eu e Gael para definir quais brinquedos poderiam ser doados. Expliquei a sorte que têm em ganhar tantos brinquedos e que algumas crianças não tinham o mesmo privilégio. Gael escolheu alguns itens que não brincava com tanta frequência para repassar. Alguns, quase nada usados foram para sites de venda de desapegos e outros foram para a doações de natal.
Mesmo assim, a sensação de acúmulo permanece. Esse exercício precisa ser feito de maneira constante – e não apenas no final do ano. Por isso decidi que 2019 será um ano de colocar em prática a dica do site estrangeiro Tree Hugger: recebeu/comprou um item, se desfaça de outro equivalente. No artigo, em inglês, mais detalhes são compartilhados. É possível, por exemplo, colocar em prática ao mesmo tempo que faz o “balanço” dos itens de casa (o que tem demais? o que tem de menos?).
Por isso desafio você, leitor do The Greenest Post, a embarcar comigo nessa jornada. É um exercício contínuo e às vezes, dependendo do estado emocional, um tanto cansativo. Mas vale a pena e traz uma satisfação pessoal que não tem preço. Que tal começar o ano assim com esse objetivo em comum?
Foto: PhotoMIX-Company/Creative Commons