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A cultura do Faça Você Mesmo (ou Do It Yourself, em inglês) ganhou força com o boom da internet na primeira década do século 21. Com a difusão global de informações e ideias, passamos a ter acesso muito mais fácil a especificadores, como a blogueira que mora no interior do Brasil e que produz seu próprio xampu vegano. Seguimos no Instagram o marceneiro que usa seu conhecimento em design para construir, entre outras coisas, objetos com madeira achada no lixo. Salvamos no Favoritos do nosso navegador o site da médica que divide seu tempo entre o hospital e o hobby do artesanato. O que pode ser visto como passatempo para alguns acaba por se tornar um estilo de vida (e até mesmo uma filosofia) para outros.
A desconstrução do mito do profissional especialista como único capacitado para executar determinados projetos é um dos princípios mais fortes do movimento do Faça Você Mesmo: a ideia é que, com informação e materiais adequados, todos se sintam capazes de produzir por conta própria. Uma busca rápida no Google pelo termo DIY nos leva facilmente até um passo-a-passo em inglês para construir piscinas naturais no quintal da sua casa, por exemplo. Em termos de Brasil, um dos segmentos mais fortes são os blogues que ensinam noivos a produzirem sua própria festa de casamento, da decoração ao bufê, e que acumulam centenas de milhares de seguidores.
Parte desta demanda do mercado por peças únicas e artesanais já encontra resposta hoje na indústria das séries limitadas, assinadas por artistas ou designers e, geralmente, associadas ao luxo e a altos preços. Carros, roupas, bolsas e até mesmo alimentos passam por essa segmentação. O que este setor não consegue captar ainda, porém, é o desejo do consumidor de participar da produção desses objetos. E esse movimento não para de crescer!
Confira, abaixo, histórias de empreendedores que impulsionaram a carreira ao apostar na cultura do Faça Você Mesmo.
1. O designer joinvilense Fábio Henrique Basso, do site Fabio Basso Art, possui um canal de vídeos no YouTube, em que é possível aprender a fazer nichos organizadores com tubos de PVC, luminárias de fitas K7, camas para cachorro com pneus usados e mesas de palet, entre muitos outros objetos bacanas. Atualmente o designer se divide entre o trabalho em casa, as redes sociais e a participação semanal no programa É de Casa, da Rede Globo.
2. A médica Francine Bagnati, de Florianópolis, trabalha em dois hospitais, é mãe de três filhos e ainda mantém bastante vivo o blog Lá de Casa, que como o próprio subtítulo revela é produzido “para quem gosta de fazer bonito e com as próprias mãos”. A página é bem mais do que um canal para aprender a produzir e modificar objetos: a cada dica, Fran compartilha também um pouco da sua história com os visitantes, já que cada tutorial é criado com peças do seu dia a dia, entre pinturas, customizações, comidinhas, costuras etc.
3. Deisy Cruz trabalha oficialmente na área de marketing, mas é no blog Lady Diy que ela compartilha suas grandes invenções: de uma linda cabeceira estilizada a quadros com desenhos manuais e roupas repaginadas, incluindo ainda um forro de madeira para disfarçar vigas no teto. Tudo para estimular o visitante a começar suas próprias criações também!
4. O designer Mateus Machado e o publicitário Guilherme Santos criaram o projeto CR.U.SH., sigla que engloba as palavras create, upgrade e share (criar, melhorar e compartilhar, em português) e deu nome a um portal de desenhos de móveis digitais. Todos disponíveis para download.
5. A designer mineira Naná Monteiro resolveu largar a profissão de diagramadora de jornal para perseguir um sonho de criança: trabalhar com culinária. A vontade de transformar a paixão pela cozinha em profissão ganhou corpo diante da recente popularização dos Youtubers e seus milhões de seguidores. Foi aí que ela resolveu criar seu próprio canal de vídeos, em que ensina a preparar deliciosas receitas caseiras.
Curte o assunto? Então não perca tempo: vale dar uma navegada por todas essas iniciativas!
Foto: Fabio Basso Art