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Um estudo realizado pela Embrapa Agrobiologia avaliou a capacidade dos gongolos – mais conhecidos como “piolhos de cobra” – na trituração e decomposição do solo. O resultado? Esses bichinhos são tão bons ou, em alguns casos, até melhores do que as minhocas para desempenhar o trabalho de compostar nosso lixo.
Veja, na reportagem abaixo, a partir do 6:35, como foi feita a descoberta e os testes em laboratório. A matéria mostra ainda como se deve fazer a composteira para os gongolos, que é diferente daquela em que colocamos minhocas.
Segundo os pesquisadores, o gongolo é mais eficiente na trituração de resíduos de origem vegetal, que são mais fibrosos – como cascas de árvore, palha de bananeira e capim. Já as minhocas compostam de forma mais eficiente os resíduos orgânicos que saem da nossa cozinha, como restos de comida.
Em casa, portanto, o ideal seria manter uma composteira de cada e, assim, contar com os “piolhos de cobra” para realizar a compostagem das folhas de leguminosas, papelões, gramíneas, podas de árvores e outros restos da limpeza do jardim, por exemplo – sendo que, quanto maior a variedade de materiais vegetais colocados na composteira, melhor será seu desempenho. A receita ideal é:
– 40% de materiais ricos em nitrogênio (como folhas de leguminosas);
– 50% de outros resíduos vegetais (como gramíneas e folhas de bananeira);
– 10% de materiais mais lenhosos ou celulósicos (como poda de árvores e papelão).
A indicação da Embrapa, no entanto, é de que, nessa nova composteira, coloque-se os resíduos em um anel de cimento (tipo aqueles tubos maiores de esgoto), forrados com lamina de aço, para evitar que os gongolos fujam da área – o que diminuiria a eficiência da compostagem e ainda causaria um problemão em casa. Fechar a composteira com um sombrite bem amarrado também é uma alternativa.
E mais: os gongolos não aguentam excesso de umidade. Por isso, no fundo desse anel é preciso colocar uma camada de brita para que a drenagem dos líquidos gerados durante o processo de compostagem seja bem feita. Outra dica é garantir que para cada 500 litros de resíduos existam 2 litros de gongolos na composteira – o que equivale a cerca de 3.600 indivíduos adultos. A espécie de piolho de cobra escolhida não interfere no processo – valem até os gongolos asiáticos, que são abundantes em solo brasileiro – e o resultado é uma redução de até 70% nos resíduos orgânicos vegetais gerados em casa.
A gongocompostagem, como chamam os especialistas, gera um composto fertilizante extremamente nutritivo cujo uso é bastante recomendado na produção de mudas – sobretudo de hortaliças. O material também pode ser utilizado como substrato para sementeiras ou ainda na fertilização e manutenção das plantas que você cultiva em casa.
Interessou? Recomendamos que leia mais, no site da Embrapa, sobre a pesquisa da gongocompostagem e que acesse ainda o livro ilustrado O Mulungu e os Gongolos, que explica melhor sobre todo o processo.
Foto: Damien Walmsley/Creative Commons
2 Comments
Teresa
Gostei
Marcelo Farias
Muito interessante a matéria sobre os gongolos