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Uma pesquisa publicada na revista Nature Communications revelou uma maneira totalmente nova de impedir que um câncer se espalhe pelo organismo humano.
Em vez de matar a célula cancerígena, como atualmente acontece na maior parte das pesquisas em Oncologia, os cientistas propõem “congelá-la”, com uma substância batizada de KBU2046.
Até o momento, o composto químico inibiu o movimento de quatro tipos de células de câncer: as de mama, próstata, colorretal e pulmão.
Segundo Raymond Bergan, professor de oncologia médica no Instituto OGHSU Knight Cancer, nos Estados Unidos, que coordena as pesquisas, o movimento das células cancerígenas dificulta o tratamento do paciente, por isso a importância de eliminá-las.
No entanto, não é necessário matar as células saudáveis. Por isso, ele e sua equipe fizeram diversos estudos químicos para chegar a um composto que inibiria apenas o movimento das células cancerígenas. O KBU2046 foi desenvolvido no laboratório de química e farmacologia Karl Scheidt, da Universidade de Nortwestern.
“Começamos com uma substância química que impedia as células de se moverem. Depois sintetizamos o composto várias vezes para que ele fizesse um trabalho perfeito de parar as células sem efeitos colaterais”, explicam os cientistas em nota. “Levamos anos para descobrir!”, acrescentam.
A substância se conecta às proteínas das células para impedir seu movimento – nenhuma outra ação ocorre sobre as estruturas celulares, diminuindo os efeitos colaterais e a toxidade.
Agora, o próximo passo será desenvolver uma droga que possa ser administrada em cânceres iniciais, para diminuir ao máximo as chances do tumor se espalhar para o resto do corpo.
Os cientistas estimam que serão necessários dois anos e um investimento de US$ 5 milhões para que os primeiros testes sejam realizados em seres humanos.
Foto: Kristyna Wentz-Graff/OHSU