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A China está empenhada em deixar de ser o grande depósito de lixo do planeta. Em nova lei, o país proibiu as importações de 24 tipos diferentes de resíduos sólidos. A medida entrou em vigor no início deste ano e serve para plásticos, papel não triado, restos de minérios e sobras têxteis, entre outros tipos de lixo.
Segundo o Ministério do Meio Ambiente, a lei está de acordo com os parâmetros dos planos nacionais de combate à degradação ambiental e a produção nacional de lixo reciclável já é suficiente para atender à demanda da indústria local.
Nações que, atualmente, dependem da China para descartar seus resíduos sofrerão com a medida. Entre eles, Espanha, México, Japão, Coreia do Sul e (sim!) Brasil. Agora elas precisam procurar alternativas para lidar com seu lixo – podem administrá-lo por conta própria ou ainda buscar outro destino.
A China começou a importar resíduos sólidos durante a década de 1980 a fim de reutilizá-los e, assim, aliviar a escassez de certas matérias-primas que tinha em seu território. Com o passar dos anos, no entanto, o país se tornou o principal destino de lixo de outras partes do mundo, virando um depósito insustentável de resíduos.
Alguns tipos de lixo continuarão sendo importados, mas as categorias proibidas são as mais significativas. Para ter uma ideia, só em 2016, segundo dados da ONU, a China importou 7,35 milhões de toneladas de plástico – o que representa 55,3% do total mundial. A agência oficial chinesa Xinhua aproveitou a proibição para criticar as economias industrializadas que “por décadas exportaram poluição e fugiram de sua responsabilidade”. Faz sentido, não?
Foto: Prylarer/Creative Commons