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Em Curitiba, no Paraná, caixas de isopor são utilizadas em fazendas urbanas para criar Hortas por Irrigação Capilar. O principal objetivo é expor a ideia para que a população conheça esta solução, originalmente usada para o plantio em zonas áridas da África, garantindo que mudas de verduras e legumes tenham acesso à água sem desperdício no processo de irrigação.
Para montar uma Horta Capilar em casa basta ter: uma caixa de isopor – daquelas usadas em supermercado -, um cano PVC, terra preparada, serragem e mudas de hortaliça – além, claro, de vontade de cultivar sua própria verdura ou tempero. Assim é possível manter uma horta em pequenos espaços que não tenham solo, como sacadas e lavanderias de apartamentos com piso de alvenaria.
Segundo Marcos Rosa, engenheiro agrônomo envolvido na iniciativa, o primeiro passo para ter uma horta por irrigação capilar é encontrar um local na casa onde haja bastante luz. “Pode ser na varanda, na lavanderia ou até mesmo no parapeito de uma janela, mas é importante ser um espaço que você passe todos os dias, para que consiga sempre ver a horta por capilaridade”, recomenda o especialista. A horta por capilaridade se adapta muito bem em locais que tenham de 3 a 4 horas de sol por dia.
As hortas por irrigação capilar ainda têm a vantagem de ajudar a economizar água ao cultivar alimentos saudáveis e garantir que as plantas tenham nutrientes suficientes para o seu desenvolvimento, pois recebem sempre a quantidade correta do líquido. “Neste tipo de horta, que usa caixas de isopor e canos PVC, a captação da água é feita pela raiz, o que permite manter a plantação úmida por até uma semana, sem precisar repor água. É prático e fácil de fazer e manusear”, afirma Rosa.
É uma técnica que funciona com uma tubulação localizada no fundo de uma caixa de isopor, sem vazamentos, de forma que a água suba por capilaridade até as raízes por entre os poros localizados nas partículas do solo. Isso evita a necessidade da rega diária da planta, que pode gerar doenças fúngicas e afogamento das mudas. Para saber quando repor a água pelo cano em PVC, é só tocar a terra da horta capilar. Enquanto ela estiver úmida, não é necessário colocar água.
Não existe regra para a escolha das hortaliças a serem cultivadas em uma horta capilar. Mas o engenheiro agrônomo recomenda apostar em ervas e temperos, como cebolinha, salsinha, coentro, manjericão, alecrim, orégano, hortelã, pimenta e sálvia. Se optar por mudas, as melhores opções são alface, rúcula e morango.
“Como essas mudas já têm raízes bem desenvolvidas, elas crescem rápido. Mas é importante aguardar de 20 a 30 dias para fazer a colheita de estreia. Se cortar na primeira semana, não haverá folhas suficientes para a planta fazer fotossíntese e se desenvolver”, ensina o engenheiro agrônomo.
O que você vai precisar:
- Uma caixa de isopor reciclada
- Um cano PVC 40 mm ou 50mm
- Um cano “cotovelo” PVC com o mesmo diâmetro do cano principal
- Terra preparada em quantidade suficiente para cobrir até quase a altura da caixa
- Serragem suficiente para cobrir o cano de PVC que ficará no fundo da caixa de isopor
- Um tubo de caneta para drenar o excesso de água
- Uma serra de cortar cano
- 200g de calcário
- Mudas de hortaliças, chás ou temperos
Como fazer
- Encaixe a tubulação, de forma que o cano PVC fique no formato de um “L”. As duas partes do cano devem ser conectadas com o “cotovelo” em PVC.
- O tubo de caneta é colocado na parte de cima do cano, servindo para drenar o excesso de água.
- Em todo o comprimento do cano devem ser feitas ranhuras com a serra para que a água circule dentro da caixa.
- Para que o solo não entupa estas ranhuras, coloque serragem na caixa de modo que cubra todo o cano.
- Em outro recipiente, misture a terra preta com o calcário. Coloque esta mistura dentro da caixa, nivele e a deixe pronta para receber as mudas.
- Plante as mudas de hortaliças folhosas, chás e temperos.
Dica de ouro: Para garantir que sua hortaliça não fique “mirradinha”, faça a correção do solo com calcário a cada dois anos. A técnica tira a acidez do solo responsável pelo pouco desenvolvimento da planta.
Foto: Levy Ferreira/SMCS