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Que andar de carro no Brasil está caro não é novidade para ninguém! A novidade é o que o brasileiro Paulo Roberto Lenhardt, da cidade de Montenegro, no Rio Grande do Sul, fez para contornar o problema.
Agricultor e membro do Instituto Morro da Cutia de Agroecologia, além de um apaixonado por carros desde pequeno e filho de mecânico, ele usou todos os conhecimentos técnicos que tem nessas áreas para adaptar o motor a diesel de seu carro, um S10 MWM 2.8 Turbo, para funcionar a base de óleo vegetal.
A ideia não veio do nada. Estudioso do assunto, Lenhardt sabe que o motor a diesel, na verdade, funcionava a base de óleo de amendoim quando foi criado. Foi a indústria do petróleo que, por interesses econômicos, o adaptou para rodar com óleo diesel. Tudo que o agricultor fez, portanto, foi trabalhar no motor do seu carro para voltar às origens. E deu certo!
Mas, como bom ambientalista que é, Lenhardt não se deu por satisfeito! Ele foi além e inventou uma forma de utilizar óleo vegetal usado – aquele óleo de cozinha que usamos para fazer frituras – para abastecer o carro. E novamente foi bem sucedido!
O processo todo para transformar óleo usado em combustível leva cerca de 20 dias: primeiro ele descansa por 2 semanas, para decantar resíduos, depois é misturado com água, para decantar o sal e, por fim, é fervido para evaporar a água. E voilà! Está pronto o biocombustível de óleo de cozinha usado!
Cada litro do combustível garante que o carro rode por 10 quilômetros e Lenhardt já rodou milhares! A matéria-prima para o veículo andar – isto é, o óleo de cozinha usado – vem de restaurantes locais parceiros, que também se beneficiam da iniciativa ao dar um fim ambientalmente correto a um resíduo que produzem em excesso.
O carro já ficou até conhecido na cidade como Pasteleira, pelo cheiro que exala quando está andando, que se assemelha ao cheiro de pastel. Mas se engana quem pensa que o carro é poluente: ele emite até 75% menos gases de efeito estufa do que carros movidos a combustíveis fósseis e ainda lubrifica o motor, aumentando sua vida útil. Nada mal, né?!