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Você já ouviu falar nas PANCs? São Plantas Alimentícias Não-Convencionais. Hortaliças e frutas que, muitas vezes, são mais nutritivas do que as que sempre colocamos no prato – como alface, por exemplo – e de fácil cultivo, mas que são pouquíssimo consumidas pela população, exatamente porque não se fala muito a respeito delas.
Popularizar o consumo dessas espécies Brasil afora é o trabalho de Patrícia Medeiros, etnobióloga nascida em Pernambuco que, atualmente, dedica seus dias a entender, juntamente com pequenos agricultores da restinga do Nordeste, quais são essas espécies de PANCS que têm potencial para serem cultivadas e comercializadas em maior escala nos centros urbanos do país.
Entre as frutas e hortaliças que a cientista já mapeou estão o araçá, a taioba, o cambuí, o ouricori, a pimenta rosa e o jenipapo, que, entre outras propriedades, tem alto teor de ferro e cálcio.
O trabalho tem uma série de benefícios:
– ajuda a combater a fome, já que oferece outras opções de alimentos – muitas vezes mais acessíveis – à população;
– fomenta o trabalho dos pequenos agricultores familiares, que são os únicos a cultivar espécies menos comerciais;
– contribui para a conservação ambiental, já que valora de forma sustentável culturas ainda pouco conhecidas e, portanto, mais ameaçadas.
Por toda contribuição que está oferecendo ao Brasil e à ciência, Patrícia foi a grande vencedora da etapa nacional da última edição do prêmio For Women in Science, oferecido pela Fundação L’Oréal e Unesco, que reconhece o trabalho promissor de cientistas mulheres ao redor do mundo.
A conquista deu à pesquisadora a oportunidade de disputar a etapa internacional do prêmio, que aconteceu em Paris, na França. E ela levou a melhor novamente! Patrícia foi uma das 15 ganhadoras da iniciativa e recebeu 15 mil € para investir em seu trabalho.
Segundo o juri de especialistas que a escolheu, “além de incluir novos nutrientes na alimentação das pessoas, seu trabalho promove a biodiversidade e a segurança alimentar, já que as PANCs são mais adaptadas aos seus ambientes e reduzem a necessidade de agrotóxicos e fertilizantes”. Ê orgulho!
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