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A jovem brasileira Camille Cristina vai participar da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, a COP26. O principal evento para debater compromissos e encontrar soluções relacionadas às mudanças do clima no mundo acontece este ano em Glasgow, na Escócia, de 31 de outubro a 12 de novembro.
A oportunidade de participar da COP26 começou, indiretamente, por meio da faculdade FECAP, onde Camille cursa Relações Internacionais. Isso porque Camille foi selecionada como parte da delegação do Engajamundo, ONG que a aluna conheceu por meio de uma palestra dada na Fundação. “No primeiro semestre do curso, a faculdade recebeu a Amanda da Cruz Costa para uma palestra sobre organizações da sociedade civil. Fiquei emocionada com a sua fala e percebi que a justiça climática também se reflete na justiça social“, diz a estudante.
Engajada em pautas sociais, Camille é cofundadora do Coletivo MAABI, o Movimento Alvarista Afro-Brasileiro Indígena, e faz parte do Engajamundo desde 2020, atuando como articuladora do Grupo de Trabalho sobre Clima e do Subgrupo de Trabalho de Advocacy. A organização participa das Conferências Climáticas desde 2015 e, neste ano, além de Camille, enviará uma delegação com mais 12 jovens, compondo um grupo diverso com negros e indígenas, PCDs e pessoas da região do Amazonas.
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Entre os pontos prioritários da pauta da Delegação estão a luta pela justiça climática e garantias de uma maior ambição climática por parte do governo brasileiro. O grupo pretende ainda fazer oposição à Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC, na sigla em inglês) brasileira, buscar a inclusão dos Direitos Humanos nos planos de recuperação, adaptação e mitigação e apresentar os pontos de lobby do Engajamundo.
Em sua participação, Camille pretende fazer uma articulação com atores subnacionais para que eles considerem os posicionamentos da juventude, seja nos acordos ou na criação e execução de políticas públicas climáticas nacionais. “Vamos ocupar espaços de fala sempre que possível e fortalecer a negociação e o contato em longo prazo com negociadores e stakeholders, para a implementação de metas de redução mais ambiciosas, além de um olhar social e diverso que explore as potencialidades da economia verde”, afirma a aluna.
Camille destaca que estar no curso de Relações Internacionais da FECAP é fundamental para que ela tenha uma visão mais ampla das discussões da COP26 e compreenda como deve atuar. “A agenda ambiental é extremamente importante para quem trabalha com relações internacionais, pois estamos tratando de questões globais. Quando analisamos, por exemplo, as políticas de proteção da Floresta Amazônica, pauta essencial para o Brasil e que sofre interferências de atores externos, estamos tratando de relações internacionais”.