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Marilene Santana teve sua primeira boneca aos 11 anos de idade, quando a encontrou no lixo. Já Sônia da Silva cresceu vendo a mãe costurá-las, com partes de bonecas que encontrava pela comunidade ribeirinha onde moravam. Eram seus únicos brinquedos há época.
Hoje, moradoras da cidade de Cordeirópolis, no interior de São Paulo, elas trabalham juntas para garantir que outras crianças não precisem futucar lixo – o que, inclusive, é totalmente insalubre – para ter com o que brincar.
As duas restauram bonecas que uma terceira mulher, Jeiza Crispim, que trabalha como catadora numa cooperativa da cidade, encontra no lixo. E não são poucas! Foram cerca de 500 bonecas em 2 meses – a maioria precisando de pequenos reparos.
Jeiza coleta e higieniza os brinquedos, que são então entregues a Marilene e Sônia para que possam restaurá-los e costurar novas roupas. Do ateliê das artesãs, as novas bonecas já têm destino certo: as mãos de centenas de crianças que nunca tiveram a oportunidade de ter um brinquedo do tipo.
A ideia era promover a iniciativa apenas nas festas de fim de ano, como forma de oferecer um presente de Natal às crianças vulneráveis da região, mas o sucesso foi tanto – e a quantidade de bonecas jogadas no lixo é tão grande – que as mulheres decidiram manter o trabalho.
Agora elas contam com o apoio da prefeitura da cidade para realizá-lo, que decidiu também fazer uma campanha de conscientização com a população para que não mais descarte esse tipo de objeto no lixo. Afinal, é muito melhor se as bonecas pularem a etapa do lixo e forem encaminhadas, diretamente, para restauração e doação, né?!