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Em pleno século 21, mulheres ainda ganham salários 23% menores do que os homens e a previsão é de que essa diferença demore umas boas décadas para acabar. A estimativa é da ONU-Mulheres, que divulgou a notícia no relatório Declaração de Pequim e Plano de Ação Completam 20 Anos.
A publicação faz um balanço do que mudou desde a assinatura de documento na Quarta Conferência Mundial sobre a Mulher, que aconteceu em 1995, na capital chinesa. A declaração foi assinada por 167 países-membros da ONU, que se comprometeram a realizar ações conjuntas, entre governos, iniciativa privada e sociedade civil, para buscar a igualdade de gênero.
Duas décadas depois, os resultados não agradam à ONU. “Há uma lacuna decepcionante entre as normas e a implementação da Plataforma de Ação de Pequim, e um fracasso coletivo de liderança nos progressos para as mulheres”, disse Phumzile Mlambo-Ngcuka, diretora executiva da agência da ONU para Mulheres, em comunicado oficial.
Segundo ela, no ritmo atual, precisaremos de 81 anos para alcançar a equidade de gênero na economia e 50 anos para atingir igualdade entre homens e mulheres na política.
O que poderia acelerar esse processo? Mlambo-Ngcuka tem a receita na ponta de língua: “Deixe-me sugerir três requisitos essenciais [para equidade de gênero]: vontade e liderança política inabaláveis; aumento dos investimentos na agenda para as mulheres e meninas e uma forte responsabilização que inclui a sociedade”, afirmou. Mãos à obra!
Veja o relatório Declaração de Pequim e Plano de Ação Completam 20 Anos na íntegra, em inglês.
Imagem: J. Howard Miller/Reprodução