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“Vocês estão comendo a minha carne!” A frase é do pequeno Aly Diabate e o recado é para todos que compram chocolate proveniente de trabalho escravo. O menino “trabalhou” por anos em uma fornecedora de cacau da África Ocidental e, após conseguir escapar, contou à equipe da U.S.Uncut: era espancado com frequência, trabalhava de 80 a 100 horas por semana em condições desumanas e dormia amarrado para não fugir do local.
Aly não está sozinho. Segundo relatório da Universidade de Tulane, cerca de quatro mil crianças, com média de idade entre 11 e 16 anos, trabalham em condições análogas à escravidão em fazendas de cacau da África Ocidental. É de lá que vem um terço da matéria-prima usada para a produção mundial de chocolate.
Nas embalagens dos doces, no entanto, as empresas “esquecem” de dizer que entre os ingredientes do produto está o sofrimento infantil. Em 2001, a U.S. FDA, orgão dos EUA que regula a venda de alimentos e remédios, até chegou a cogitar que as fabricantes de chocolate que não financiam o trabalho escravo infantil colocassem um selo Slave Free (ou Livre de Trabalho Escravo, em português) em seus rótulos para facilitar a identificação do consumidor. Mas a pressão da indústria foi tanta que a ideia não decolou.
Enquanto isso, a quantidade de crianças que trabalham em condições análogas à escravidão nas fazendas de cacau aumentou 51% em apenas cinco anos, segundo relatório do U.S. Department of Labor. Não compactua com essa situação? Então, confira abaixo lista feita pela U.S.Uncut que reúne 7 fabricantes multinacionais de chocolate que utilizam cacau proveniente de trabalho escravo infantil.
1. HERSHEY’S
2. MARS
3. NESTLÉ
4. ADM COCOA
5. GODIVA
6. FOWLER’S CHOCOLATE
7. KRAFT
Precisa ver para crer? Assista, abaixo, aos documentários Escravidão: Uma Investigação Global e The Dark Side of Chocolate. A prova viva de que sim, em pleno século 21, a escravidão ainda faz vítimas. E não são poucas. 🙁
Foto: Divulgação/U.S.Uncut